O jornalista português Sergio Tavares, que viajou ao Brasil para cobrir a manifestação deste domingo (25) na Avenida Paulista e foi retido pela Polícia Federal (PF) ao desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, foi liberado por volta das 11h. Em seu perfil no X, antigo Twitter, Tavares relatou que foi interrogado pelos agentes da corporação sobre diversos temas, como 8 de janeiro e vacinação da Covid.
– Perguntaram sobre, especificamente, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, vacinas, 8 de janeiro, tudo. Um português que vem simplesmente cobrir uma manifestação de apoio a Jair Bolsonaro, e uma audiência pública sobre vacinação amanhã [segunda-feira, 26] em Brasília, fica sujeito a isso tudo. Apreenderam meu passaporte, fui tratado quase como um criminoso – relatou o jornalista.
Tavares disse que não vai se calar diante do que ocorreu e prometeu realizar uma transmissão para contar em detalhes sobre o interrogatório pelo qual passou. Durante a manhã, o jornalista relatou em suas redes que chegou a ser levado para a delegacia da PF, mas que recebeu a assistência jurídica do advogado Eduardo Borgo. O comunicador declarou que se manteve em silêncio ao ser questionado pelos agentes.
– Estou sendo interrogado pela Polícia Federal sobre declarações minhas sobre urnas, fraude eleitoral, ditadura do Judiciário e vacinas. Por orientação do advogado de defesa, mantenho-me em silêncio – escreveu ele por volta das 10h15 deste domingo.
SOBRE O CASO
Sergio Tavares estava retido no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, desde as 8h deste domingo. Em suas redes sociais, o jornalista relatou que a Polícia Federal reteve seu passaporte e que pretendia fazer questionamentos a ele, o que de fato acabou acontecendo.
– Estou retido no Aeroporto de São Paulo, todos os passageiros tiveram autorização para sair, menos eu. A Polícia Federal tem o meu passaporte retido e dizem-me que o superior me quer fazer questões. São Paulo, Brasil, 8h08 da manhã – escreveu.
No último dia 3 de fevereiro, Tavares realizou uma live com Bolsonaro em seu canal no YouTube. Na ocasião, o jornalista conversou com o ex-presidente sobre o quadro atual da democracia brasileira, e repercutiu a operação realizada pela Polícia Federal contra o vereador Carlos Bolsonaro, que tratava sobre um suposto esquema de espionagem ilegal dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Na ocasião, o ex-presidente também disse que ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que integram o quadro do Supremo Tribunal Federal (STF) trabalharam “para eleger Lula a qualquer preço”.
– A Justiça brasileira, o Supremo Tribunal Federal tirou o Lula da cadeia e depois o tornou elegível. E, depois, o Supremo Tribunal Federal, que três dos seus ministros compõem o Tribunal Superior Eleitoral, também trabalharam lá fazendo gestões para eleger Lula a qualquer preço – afirmou Bolsonaro.
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