O retorno de Marta Suplicy ao PT, oficializado na última sexta-feira (2), não foi bem recebido por todos os membros do partido. Valter Pomar, dirigente nacional da legenda, criticou duramente a volta da ex-prefeita e cobrou autocrítica por parte dela.
Em seu blog, Pomar relembrou que Marta apoiou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016 e votou a favor de medidas consideradas prejudiciais à classe trabalhadora. Ele também questionou a postura da ex-senadora durante os últimos anos, quando se aproximou de figuras políticas de direita.
“Espero que Marta faça, em seu discurso, alguma autocrítica – mesmo que com baixas taxas de sinceridade e altas taxas de conveniência – em relação aos ataques que nos fez, quando saiu do partido; em relação a seu voto em favor do golpe disfarçado de impeachment; em relação a seu voto, no Senado, em favor de medidas extremamente graves contra a classe trabalhadora; em relação a sua participação recente em campanhas eleitorais e no governo Nunes, confrontando o PT”, escreveu Pomar.
As chances do pedido de Pomar ser levado adiante são mínimas. O retorno de Marta já havia sido aprovado pelo Diretório Municipal do PT por 12 votos a 1.
A cerimônia de filiação de Marta Suplicy ao PT contou com a presença do presidente Lula, em São Paulo. O ato marca o retorno de Marta ao partido após nove anos, e sua possível posição como vice na chapa de Guilherme Boulos é uma estratégia para a disputa da Prefeitura de São Paulo. A previsão era receber cerca de 1.500 pessoas, mas muitos interessados tiveram que ficar do lado de fora do evento.