O coordenador do Insper Agro Global, Marcos Jank, expressou surpresa com a possível conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, durante sua participação no programa WW desta quinta-feira (5). Jank destacou que as negociações se arrastam há quase três décadas.
“É surpreendente que a gente consiga concluir essa negociação”, afirmou Jank, lembrando que participou do início das conversações quando havia três grandes negociações em andamento: a Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e o acordo Mercosul-UE.
O especialista ressaltou que, apesar da possível conclusão das negociações, o acordo ainda precisa ser aprovado por uma maioria qualificada do Conselho da Europa, representando 65% da população europeia, e passar pelo parlamento dos países-membros.
Jank alertou para a oposição da França, que busca aliados como Polônia, Holanda e Hungria para bloquear o quórum necessário para aprovação.
Contexto geopolítico favorável
Jank argumentou que o atual cenário geopolítico pode estar impulsionando a Europa em direção ao Mercosul.
“A Europa hoje está mais isolada, enfrenta uma guerra na Ucrânia, existe o fortalecimento das economias asiáticas, dos países emergentes, e tem essa eleição lá do Trump II, a segunda vez, com muito mais força”, explicou.
O acordo é considerado inovador por unir dois grandes blocos regionais, algo inédito nas relações comerciais internacionais. Jank concluiu que, embora surpreendente, ainda há um caminho a percorrer antes que o acordo possa ser efetivamente celebrado.
A possível conclusão deste acordo marca um momento significativo nas relações comerciais entre América do Sul e Europa, redefinindo potencialmente o comércio internacional em um cenário global cada vez mais complexo e desafiador.
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