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Gabriela Loran sobre representatividade na TV: “A gente não pode se acomodar“ | CNN Brasil

por fernandapinotti
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A atriz Gabriela Loran, 31, ganhou destaque após ter participado do remake de “Renascer” interpretando uma das amigas de Buba (Gabriela Medeiros). Além de ganhar novos fãs, a atriz também foi alvo de ataques transfóbicos nas redes sociais, mas isso não a impediu de seguir falando abertamente sobre sua experiência como uma mulher trans e preta.

Em entrevista à CNN, Gabriela celebrou o aumento da representatividade na televisão brasileira, mas ressaltou que é importante não tomar estes avanços como garantidos, pois eles seguem ameaçados.

“É muito gostoso perceber que a gente está conseguindo ocupar esses espaços. A mudança está vindo. Mas eu também trago um alerta de que a gente não pode se acomodar muito com as oportunidades que a gente tem, porque a gente sabe que para tirar isso da gente é muito fácil”, falou a atriz.

Assim como outras mulheres negras e trans antes dela, Gabriela se preocupa em “preparar o terreno” para as próximas gerações.

Ela estreou na teledramaturgia em “Malhação: Vidas Brasileiras” (2018), e se tornou a primeira mulher trans a ganhar um papel na novela juvenil. Em 2022, ela se juntou ao elenco da segunda temporada de “Arcanjo Renegado”, série do Globoplay.

“Eu entendo toda a responsabilidade que tenho tido para ocupar esse espaço, mas costumo também ver isso me projetando no futuro, com esperança. Esperança de um futuro melhor, de poder realmente lutar contra esse ódio“, disse ela.

Brincando, Gabriela disse que às vezes se sente como a cantora Anitta ao ganhar o título de “primeira” em tantos aspectos.

“Ser a primeira é importante nesse lugar de: ‘Caraca, as coisas estão mudando’. Mas eu também não quero ser a única. Até porque eu não consigo definir… por mais que eu represente muita gente, eu não posso representar uma bandeira. A gente precisa de interseccionalidade, porque existem mulheres trans que são completamente diferentes de mim”, falou.

Papéis e oportunidades

Para Gabriela, é importante que pessoas trans ocupem cada vez mais papéis na TV, mas também é igualmente importante pensar em quais papéis serão esses.

Em “Arcanjo Renegado”, ela dá vida a Giovana, chefe de gabinete da presidente da Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) que decide entrar para a política.

“A gente precisa dar oportunidades de protagonismo, de lugares de poder”, falou Gabriela. “Na história da TV brasileira, nunca teve uma personagem trans ocupando um cargo tão importante quanto o da Giovana”.

Otimista, a atriz vê o futuro do audiovisual brasileiro com bons olhos: “Eu vejo esse futuro como um lugar em que a gente realmente possa mudar, a gente possa bater na porta para poder ocupar esses espaços e, cada vez mais, em um lugar mais humano”.

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