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Após acesso inédito, Fortaleza encerra atividades no futebol feminino e anuncia descontinuidade do projeto

Fortaleza anuncia o fim do futebol feminino a partir de 2026, mesmo após acesso inédito à elite; clube cita restrições orçamentárias O Fortaleza Esporte...

Após acesso inédito, Fortaleza encerra atividades no futebol feminino e anuncia descontinuidade do projeto
Após acesso inédito, Fortaleza encerra atividades no futebol feminino e anuncia descontinuidade do projeto (Foto: Reprodução)

Fortaleza anuncia o fim do futebol feminino a partir de 2026, mesmo após acesso inédito à elite; clube cita restrições orçamentárias

O Fortaleza Esporte Clube anunciou que não dará continuidade ao projeto de futebol feminino a partir de 2026, poucos meses depois de conquistar um acesso inédito à elite nacional. A decisão, comunicada internamente aos colaboradores causou surpresa entre atletas e profissionais envolvidos. O clube justificou a medida a partir de uma análise do cenário financeiro da SAF. Segundo a gestão, há restrições orçamentárias e ausência de recursos específicos para manter a modalidade. A notícia encerra um ciclo marcado por crescimento esportivo e simbólico.

De acordo com o comunicado, a decisão foi tomada após avaliações profundas sobre a sustentabilidade do projeto. O Fortaleza alegou incapacidade financeira de manter o futebol feminino dentro dos parâmetros exigidos pelas competições nacionais. A SAF afirmou que buscou alternativas para garantir a continuidade da modalidade de forma responsável. No entanto, concluiu que a descontinuidade seria necessária neste momento. O clube destacou que a medida visa preservar o equilíbrio financeiro e a operação global da instituição.

As regras de licenciamento da CBF e da Conmebol determinam que clubes da Série A masculina mantenham equipes femininas ativas. Ainda assim, quando um clube opta por não disputar o Brasileirão Feminino A1, mesmo com vaga garantida, ocorre a perda imediata dessa posição. O Fortaleza, portanto, sofre um rebaixamento administrativo no futebol feminino. Para retornar à elite no futuro, o clube precisaria conquistar o acesso esportivamente. Situação semelhante já foi vivida pelo Ceará, hoje na Série A3.

Botafogo x Fortaleza. Foto: Arthur Barreto/Botafogo

Reconhecimento ao trabalho desenvolvido

No comunicado, o Fortaleza reconheceu a importância histórica do futebol feminino dentro do clube. A gestão ressaltou o empenho das atletas, da comissão técnica e dos profissionais que atuaram na modalidade. Segundo o texto, o trabalho desenvolvido ao longo dos anos deixou um legado relevante. Mesmo com campanhas curtas em âmbito nacional, o projeto teve papel importante na visibilidade do futebol feminino tricolor. O clube fez questão de destacar o respeito por todos os envolvidos.

O clube também agradeceu publicamente a atletas, comissão técnica, colaboradores e staff pela dedicação demonstrada. A nota reforça o compromisso com a transparência e o diálogo, mesmo em decisões consideradas difíceis. O Fortaleza informou que haverá uma reunião específica com os profissionais do futebol feminino. O encontro servirá para alinhamento e definição dos próximos passos dentro da estrutura do clube. A diretoria afirmou que seguirá tratando o tema com responsabilidade institucional.

No texto divulgado, o clube afirmou: “Com responsabilidade, transparência e respeito a todos os profissionais envolvidos, comunicamos que o Fortaleza Esporte Clube SAF não dará continuidade ao projeto de futebol feminino no ano de 2026”. A nota destaca ainda que foram buscadas soluções sustentáveis antes da decisão final. “Trata-se de uma decisão extremamente difícil”, reforçou a gestão. Segundo o clube, o contexto financeiro atual inviabilizou a manutenção do projeto nos moldes exigidos.

Fim de um ciclo e incertezas para o futuro

O encerramento do futebol feminino marca o fim de um ciclo que culminou em um acesso histórico e aumentou a presença do Fortaleza no cenário nacional da modalidade. A decisão reacende o debate sobre sustentabilidade e compromisso institucional com o futebol feminino no Brasil. Para atletas e profissionais, o momento é de incerteza e transição. Para o clube, fica o desafio de conciliar exigências esportivas com responsabilidade financeira. O tema segue em pauta no futebol nacional.