CBF projeta salto comercial no futebol feminino e aposta em 2026 para ampliar receitas
A entidade garantiu estratégias que buscam dar mais visibilidade às marcas e fortalecer o crescimento da modalidade A nova estratégia da entidade A Confe...
A entidade garantiu estratégias que buscam dar mais visibilidade às marcas e fortalecer o crescimento da modalidade
A nova estratégia da entidade
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou o calendário do futebol feminino de 2026 com um plano ambicioso de expansão esportiva e comercial. A entidade reforçou que a próxima temporada será marcada por maior investimento e pela busca ativa por novos patrocínios. Segundo a Diretora de Competições Femininas, Aline Pellegrino, o crescimento da modalidade vem acompanhado de um “novo olhar” dentro da instituição. A expectativa da CBF é transformar a evolução estrutural em novas oportunidades de negócio. A iniciativa marca um movimento que pretende reposicionar a modalidade no mercado.
Durante o anúncio, Aline Pellegrino destacou o aumento da complexidade operacional da CBF diante do número crescente de partidas. Com mais competições, logística reforçada e arbitragem ampliada, o investimento global da entidade no futebol feminino chegará a mais de R$ 685 milhões até 2029. “A gente jamais ia pensar num crescimento tão expressivo de competições, porque a partir do momento que cresce dessa forma, tudo aumenta”, afirmou a diretora. O salto no volume de jogos, que passa de 563 para 712, impacta diretamente no orçamento destinado à modalidade.
A diretora ressaltou que o aumento de partidas e da operação traz também a necessidade de ampliar a receita. “A gente sabe que essa receita tem que vir também. Então é um novo momento, uma nova gestão, um novo olhar”, disse. A CBF acredita que a profissionalização das competições e a garantia de calendário sólido atraem parceiros com visão de longo prazo. A expectativa é que a nova fase administrativa facilite a aproximação de marcas interessadas. A entidade reconhece que o processo é gradual, mas considera 2026 um ponto-chave para essa virada.
Samir Xaud em evento de divulgação do novo calendário feminino. Foto: Rafael Ribeiro/CBF100% dos jogos transmitidos
A grande aposta para viabilizar novas parcerias está na garantia de visibilidade. Em 2026, a CBF assegurou que 100% dos jogos do Brasileirão Feminino, Sub-20, Sub-17 e Copa do Brasil terão transmissão. A medida reduz riscos para patrocinadores e corrige anos em que parte das partidas acontecia “no escuro”. Em 2024, o Brasileirão A1 contou com Neoenergia como Naming Rights e apoio de Binance e Riachuelo, contratos que se encerraram em 2025. Agora, a entidade busca um novo ciclo comercial com mais estabilidade. A transmissão total é vista como um diferencial competitivo.
Aline Pellegrino reforçou que a entrega de visibilidade mínima é essencial para atrair empresas de grande porte. “A hora que a CBF fala que vai fazer 100% das transmissões, independente de ter ou não um detentor de direito, é para que essas marcas também se sintam confortáveis de que vão ter o mínimo de visibilidade.” A estratégia busca fortalecer a confiança dos parceiros diante de um cenário mais previsível e profissional. Para a diretora, esse comprometimento é o primeiro passo para consolidar o futebol feminino como um produto comercial mais robusto.
A dirigente afirmou que o sucesso do novo modelo depende de alinhamento entre todas as partes envolvidas. “E essa roda começa a girar, mas para ela girar 100% precisa de todo mundo. Precisa da CBF, precisa do detentor de direito e precisa do patrocinador na ponta.” A visão reforça que o crescimento da modalidade não é apenas esportivo, mas estrutural e mercadológico. A CBF acredita que, com a união de esforços, o futebol feminino brasileiro pode alcançar maior sustentabilidade financeira. O projeto de 2026 surge como marco desse processo.
O peso estratégico da temporada de 2026
Com mais transmissões, maior investimento e articulação comercial ativa, 2026 se desenha como um ano decisivo para o futebol feminino. A CBF aposta que o conjunto de medidas tornará a modalidade mais atrativa para marcas que buscam propósito, expansão e visibilidade. A valorização das competições e o fortalecimento da estrutura são apresentados como pilares de um projeto de longo prazo. A expectativa é que o ciclo 2026–2029 consolide a modalidade como ativo importante no cenário esportivo nacional. O desafio agora é transformar planos em receita e projeção real.