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Prisão de Daniel Vorcaro, acionista do Atlético-MG, não impacta o clube esportivamente, revela especialista

Após negociar a venda de um banco, o segundo maior acionista da Galo Holding, ficando atrás apenas da família Menin, foi preso pela Polícia Federal Daniel ...

Prisão de Daniel Vorcaro, acionista do Atlético-MG, não impacta o clube esportivamente, revela especialista
Prisão de Daniel Vorcaro, acionista do Atlético-MG, não impacta o clube esportivamente, revela especialista (Foto: Reprodução)

Após negociar a venda de um banco, o segundo maior acionista da Galo Holding, ficando atrás apenas da família Menin, foi preso pela Polícia Federal

Daniel Vorcaro é preso

A Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, dono do Banco Master e acionista do Atlético-MG, na segunda-feira (17), em Guarulhos. Ele foi detido quando tentava deixar o país em um jato particular e, após a abordagem, acabou levado para a Superintendência da PF em São Paulo, onde permanece à disposição das autoridades.

A ação faz parte de uma investigação que apura a emissão de títulos de crédito considerados falsos. Segundo a PF, clientes eram atraídos com a promessa de CDBs que pagariam até 40% acima da taxa básica do mercado, mas o rendimento prometido não era cumprido, levantando suspeitas sobre a operação financeira.

A prisão ocorreu apenas um dia depois de o Banco Master ser vendido a um consórcio liderado pela Fictor Holding Financeira. O Atlético-MG, que tem Vorcaro como um de seus acionistas na SAF, ainda não se pronunciou sobre o caso, mantendo silêncio enquanto a apuração segue em andamento.

Prisão afeta a SAF?

Em entrevista ao ge, o advogado Alberto Goldenstein, que preside a Comissão de Direito Desportivo da OAB/PR, destacou que o caso envolvendo Daniel Vorcaro não gera qualquer ameaça esportiva ao Atlético-MG. Ele reforça que a legislação atual não prevê punições ao clube por causa de problemas particulares de um acionista.

“Não existe nenhuma legislação, não existe nada que diga que o Atlético vai acabar perdendo pontos, tendo eliminação, que isso vai interferir na vida do clube. É uma situação do acionista, obviamente que isso interfere na vida empresarial, porque vai macular imagem, vai trazer algumas dores ao Atlético, por causa da imagem de um dos seus investidores vinculado à investigação criminosa. A segunda questão é que vai depender muito do que diz o Estatuto do Atlético, os acordos de acionistas que existem ali, porque, de fato, não se tem um regramento legal que faça com que o Atlético tenha algum prejuízo esportivo ou coisa do gênero”, disse Alberto ao ge.

Sobre o investimento de quase R$ 300 milhões feito por Vorcaro no Fundo Galo Forte, Goldenstein avaliou que o episódio não tende a comprometer o fluxo financeiro da SAF. Segundo ele, todo o trâmite de compra das ações seguiu as normas exigidas, o que reduz as chances de qualquer repercussão jurídica direta ao clube.

Rubens Menin, um dos donos da SAF do Atlético-MG. Foto: Gilson Lobo/AGIF

“O próprio Clube Atlético Mineiro, já na sua associação, me parece que tem um compliance muito rígido, que isso pode, inclusive, gerar ali uma discussão de um afastamento desse acionista, uma abertura de uma sindicância, alguma outra situação que possa fazer com que seja minimizado os efeitos que possam vir a atingir o clube, em especial no que se refere à exposição da sua imagem”, completou.

Investimento no Atlético é investigado

A prisão de Daniel Vorcaro pela PF ocorre paralelamente a uma apuração que envolve fundos ligados ao dinheiro usado por ele para entrar na SAF do Atlético. Essa nova frente, derivada da Operação Carbono Oculto, investiga se parte do valor aplicado pode ter relação com movimentações de lavagem de dinheiro e ocultação de bens atribuídas ao PCC.

Entre 2023 e 2024, o empresário desembolsou cerca de R$ 300 milhões, em parcelas, para alcançar 20,2% da SAF e se tornar um dos principais investidores do clube. Mesmo assim, o Atlético não aparece como alvo do Ministério Público e reafirma não ter conhecimento de qualquer irregularidade. Hoje, a divisão acionária coloca a família Menin na liderança, seguida pela Associação e pelo próprio Vorcaro dentro da Galo Holding.