Em entrevista à CNN, o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, prevê que o Banco Central (BC) deverá aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual nos próximos meses. Esta projeção se baseia em uma combinação de fatores econômicos que estão pressionando a inflação no país.
De acordo com Vale, o principal indicador que aponta para essa necessidade é a diferença do PIB em relação ao PIB potencial observado no segundo trimestre deste ano.
Impacto no modelo do Banco Central
Quando o Banco Central incorpora esse hiato positivo em seu modelo econômico, isso resulta em um aumento nas expectativas de inflação para os próximos anos.
Vale ressalta: “Por conta desse efeito que vai aparecer no modelo do BC na inflação, é incontornável para ele pensar na próxima decisão de Selic de aumentar a taxa de juros”
Além do hiato do produto, outros fatores estão contribuindo para a pressão inflacionária. Entre eles, o economista cita: a questão energética, com a entrada da bandeira vermelha no Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) em setembro; a inflação de serviços; a taxa de câmbio; e a forte demanda observada na economia
Vale projeta que a inflação chegará a 4,5% este ano, com as expectativas para 2025 e 2026 também em alta.
“Quando você vai juntando todos os elementos que estão contribuindo para uma inflação maior, a gente está vendo essa demanda forte, uma inflação que vai chegar a 4,5% esse ano e as expectativas de inflação subindo também para os próximos dois anos”, afirma.
Com esse cenário, o economista conclui que será “muito incontornável” para o BC optar por um aumento diferente de 0,5 ponto percentual na próxima decisão sobre a taxa Selic.
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